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LUTAS DE AFIRMAÇÃO DO BRASIL NA REGIÃO DO PRATA

Publicado: Terça, 26 de Junho de 2018, 13h41 | Última atualização em Sexta, 02 de Junho de 2023, 23h35 | Acessos: 3009
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 1. A Batalha de Monte  Caseros (03 FEV 1852)

A Batalha de Monte Caseros, também chamada de Batalha de Caseros, foi uma das batalhas da guerra contra Oribe e Rosas (1851-1852). Nela defrontaram-se o Exército da Confederação Argentina de Juan Manuel de Rosas e o da aliança encabeçada pelo General Justo José de Urquiza, Governador da Província de Entre Rios, composta por tropas do Uruguai e do Brasil.

O Exército Aliado partiu em direção da capital argentina de Buenos Aires com o intuito de conquistá-la por terra, enquanto o Exército Brasileiro comandado por Caxias iria atacar pelo mar. No entanto, o Exército Aliado acampou a cerca de nove quilômetros de Buenos Aires em 1 de fevereiro de 1852 e dois dias depois encontrou o Exército Argentino liderado por Rosas em pessoa.

As forças aliadas eram compostas por 20 mil argentinos, 1.700 uruguaios e 4.000 soldados da Divisão Brasileira comandada pelo Brigadeiro Manoel Marques de Souza, distribuídos em cerca de 16 mil cavalarianos, 9 mil soldados de infantaria e mil de artilharia, totalizando 25.700 a 26.000 homens, com 45 a 50 canhões. E do lado argentino, Rosas possuía cerca 25 mil homens no máximo, com 60 canhões.

O ditador Rosas escolheu o melhor terreno possível para preparar o seu exército, dispondo-o no topo de um monte em Caseros, do outro lado de um ribeirinho chamado Arrojo Morón, e quase que imediatamente, entre nove e onze horas da manhã (os relatos são conflituosos), a vanguarda de ambos os exércitos começou a atirar. 

A formação do Exército aliado era a seguinte: no flanco direito, estava reunida a cavalaria argentina sob o comando do General Anacleto Medina. No centro, sob o comando do Brigadeiro Manuel Marques de Sousa, estava concentrado o grosso da infantaria, formada em sua maioria pela Divisão Brasileira e argentinos (sob o comando de Bartolomé Mitre), protegendo as peças de artilharia ao fundo. À esquerda, mais divisões de cavalaria sob o comando do General Juan Pablo Lopez e de Urquiza, sendo auxiliadas pela infantaria uruguaia e por um regimento de cavalaria comandado pelo Tenente-Coronel Osório.

 O plano de combate era enviar as divisões de cavalaria situadas nos extremos do exército para atingirem os flancos do inimigo, que seriam atingidos em cheio ao meio pelo avanço da infantaria aliada e pelos fogos da artilharia.

Logo que o exército aliado ultrapassou o ribeirinho, começou a sofrer um pesado bombardeio. Para colaborar com o ataque ao flanco direito de Rosas, Urquiza partiu para um ataque com os regimentos de cavalaria sob as ordens do Major-General Benjamim Visoro, que conseguiram esmagar as fileiras inimigas. Distinguiu-se nessa peleja o então tenente-coronel Manuel Luis Osório, comandante do segundo Regimento de Cavalaria. 

Foi decisivo o arrojo com que a divisão brasileira, auxiliada pela infantaria uruguaia, carregou à baioneta o centro das forças adversárias, com dificuldades por causa do terreno lamacento, conseguindo ultrapassar os fossos e conquistar as duas casas, tomando-lhe 24 peças de artilharia e uma bandeira.  

Para comemorar a vitória, as tropas aliadas desfilaram triunfalmente pelas ruas de Buenos Aires, incluindo o Exército Brasileiro que desfilou com sua 1ª Divisão Brasileira.

 

2. O Ataque a Paissandu (03 DEZ 1864 a 02 JAN 1865)

01 DEZ - O Exército Brasileiro, comandado pelo General João Propício Mena Barreto (depois Barão de São Gabriel), deixa o acampamento do Piraí Grande e invade a República Oriental, dirigindo as suas marchas sobre Paissandu. Compunha-se apenas de 5.711 homens das três armas, sem falar em 1.200 voluntários de cavalaria, que formavam a Brigada do General Neto e que já estavam em marcha para Paissandu.

03 DEZ - O almirante Tamandaré toma posição, diante de Paissandu, com as canhoneiras Araguari, Parnaíba, Belmonte e Ivaí, e, de acordo com o General Flores, chefe da revolução oriental, resolve atacar a praça.

04 DEZ - desembarcam perto de Paissandu e reúnem-se ao pequeno exército do General Flores, por ordem do Almirante Tamandaré, 200 homens do 1º de Infantaria e 200 fuzileiros navais e imperiais marinheiros, sob o comando do Capitão Guimarães Peixoto, além de três peças de campanha e de uma estativa de foguetes.

06 DEZ - O General Flores, com 600 infantes e sete canhões do seu exército, e com 400 brasileiros e três peças – estes últimos comandados pelo capitão Guimarães Peixoto ataca Paissandu. Uns 160 voluntários brasileiros, sob o comando do estancieiro Bonifácio Machado, tomaram parte na ação. As canhoneiras Araguari, Parnaíba, Belmonte e Ivaí, dirigidas pelo almirante Tamandaré, bombardearam a praça, defendida pelo coronel Leandro Gómez com 1.274 homens e 15 peças. O Comandante Guimarães Peixoto foi ferido, mas continuou no combate. Horas depois, desembarcou o Almirante, com o reforço de cem imperiais marinheiros e uma peça.

07 DEZ - continua o ataque a Paissandu pelo almirante Tamandaré e pelo General Flores. Da Esquadra Brasileira, foram desembarcadas mais duas peças. Com as pequenas forças de que dispunham os sitiantes, esse ataque prematuro não podia dar, como não deu, resultado algum. Paissandu só foi eficazmente atacada quando chegou o Exército brasileiro, então em marcha.                

15 DEZ - a Brigada de voluntários brasileiros de cavalaria, comandada pelo general Neto, reúne-se aos sitiantes de Paissandu.  

29 DEZ - o Exército Brasileiro, do General João Propício Mena Barreto reúne-se às forças brasileiras e orientais, que sitiavam Paissandu,.

31 DEZ - começa neste dia o ataque de Paissandu pelos Generais João Propício Mena Barreto e Venâncio Flores, apoiados pelos fogos de alguns navios da esquadra brasileira, sob o comando do Almirante Tamandaré. Tomaram parte no ataque 2.200 brasileiros de infantaria (3º, 4º, 6º, 12º e 13º Batalhões, formando as Brigadas de Antônio de Sampaio e de Carlos Resin, uma ala do 1º de Infantaria e contingentes de fuzileiros navais e imperiais marinheiros), 12 peças de campanha do 1º regimento (200 homens), 16 desembarcadas da esquadra, 600 infantes orientais e sete peças de campanha do exército do General Flores. Total de 3.100 homens e 35 canhões. a praça era defendida por 1.086 orientais, sob o comando do general Leandro Gómez e tinha 15 canhões.

O combate durou 52 horas, terminando na manhã de 2 de janeiro de 1865.

 

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