A CAMPANHA DA ITÁLIA - Tomada de Montese
Tomada de Montese (14 Abr 1945)
A conquista de Montese tinha sido planejada para ser executada em duas fases:
- 1ª Fase: Missão secundária - Início as 09h00 com o ataque de dois pelotões a dois postos avançados do inimigo. Conforme previsto no planejamento os dois pelotões atacaram os objetivos, com forte reação do inimigo. O 1º Pelotão foi detido pelo forte fogo inimigo, conseguindo conquistar o objetivo algumas horas depois. O 2ª Pelotão foi detido em um campo minado sendo castigado pela concentração do fogo de artilharia. Neste ataque, seu comandante foi atingido mortalmente na cabeça. Devido a estes contratempos o objetivo definido para o 2º Pelotão não foi atingido.
- 2ª Fase : Ataque Principal a cidade – Com início às 12h00, também com dois pelotões. Às 11h45, o comandante confirmou a operação, considerado como hora “H” para o ataque principal.
Na hora definida, o 1º Pelotão atacou o cume, após vencido 1/3 do percurso, foi atingido por intenso fogo de artilharia (barragem), que acabou cortando o fio do telefone em vários pontos, dificultando o contato entre as equipes. Somado a isto alguns soldados foram atingidos.
Superados estes contratempos o pelotão atingiu o topo das elevações de Montese, porém, tinha perdido o contato com a companhia, em virtude do corte dos fios do telefone. O rádio, devido à distância e as ondulações do terreno, também deixara de funcionar. A seguir, o cume foi atingido por pesado bombardeio da artilharia, visando desalojar os alemães que ainda permaneciam nas casamatas e trincheiras. Após o qual, os pelotões atacaram visando consolidar a posição. A reação foi inútil por parte dos alemães presentes, que foram abatidos ou capturados.
O 2º Grupo de Combate, logo após juntar-se ao 1º, foi empregado para dominar resistências que hostilizavam o flanco direito. Colocado em situação favorável e atirando de curta distância sobre um abrigo onde havia sido localizada uma metralhadora inimiga, após alguns ataques a posição foi conquistada. Ao cair da noite do dia 14 de abril, as posições na encosta da cidade estavam consolidadas, ficando um saldo de alguns alemães mortos e oito prisioneiros, do lado da 1ª DIE houve um morto e três feridos. Na manhã do dia 15, ainda com a artilharia alemã castigando a cidade, as tropas brasileiras ultimaram a limpeza da cidade.
A tentativa desesperada das forças alemãs de retomar a cidade, a partir de então iniciou aquela que seria até hoje, a mais sangrenta batalha envolvendo forças brasileiras em território estrangeiro, desde a Guerra do Paraguai.
A batalha seria considerada encerrada a 16 de abril, com o fim dos contra-ataques alemães. Embora o trabalho de "limpeza" na cidade e arredores contra franco-atiradores tenha prosseguido até o dia 17.
Após 3 dias de combate, Montese estava praticamente arrasada: das 1.121 casas do burgo, nada menos que 833 haviam sido destruídas. A luta também ceifou a vida de 189 civis da pequena localidade. A Divisão Brasileira levou a cabo uma campanha irrepreensível quanto à conquista do objetivo, mas a um alto custo: cerca de 430 baixas, entre mortos (34), feridos, soldados aprisionados pelo inimigo e desaparecidos. Do lado alemão, a estimativa à época e confirmadas em escavações posteriores, chegou a 497 baixas, entre mortos e aprisionados, sendo estes últimos exatos 453.