PARTICIPAÇÃO DO BRASIL EM PROL DA PAZ MUNDIAL - OEA
A CAMPANHA DE SÃO DOMINGOS (1965)
Em 1961 a República Dominicana vivia um período de forte instabilidade política após o assassinato do ditador dominicano Rafael Trujillo. O seu sucessor, Juan Bosch, do Partido Revolucionário Dominicano, eleito presidente em dezembro de 1962, sofreu forte oposição, levando o País à guerra civil.
Preocupado com a ascensão do comunismo na América Latina e temendo o surgimento de uma "segunda Cuba", o então presidente dos Estados Unidos, Lyndon B. Johnson, ordenou a invasão do país, ("Operação Power Pack").
Para isso, os americanos contaram com o apoio da OEA. Juntos, EUA e OEA formaram a Força Interamericana de Paz (FIP), com militares vindos do Brasil - que enviou o maior contingente - Honduras, Paraguai, Nicarágua, Costa Rica e El Salvador. O comando da FIP foi sucessivamente exercido por dois generais brasileiros, o General de Exército Hugo Panasco Alvim e o General de Exército Álvaro da Silva Braga.
Criada, pelo então presidente Castelo Branco, a Força Armada Interamericana Brasileira (FAIBRAS) enviaria entre maio de 1965 e maio de 1966 cerca de 4 mil soldados, divididos em três contingentes, para assegurar a paz na República Dominicana.
Nos dezesseis meses em que atuou na República Dominicana, a FAIBRAS desenvolveu intensa atividade operacional. Três das várias missões cumpridas têm especial importância: a Operação Palácio Nacional, o isolamento de Ciudad Nueva e, posteriormente, a ocupação desse local, que resultou em 40 mortes de norte-americanos, e 200 feridos. Na FIP foram seis brasileiros e cinco paraguaios feridos.
A Operação Palácio Nacional foi desenvolvida pelo I/R Es I, apenas cinco dias após sua chegada à zona de operações. O Palácio Nacional localizava-se dentro da área controlada pelas forças rebeldes, no limite da Zona Internacional de Segurança e estava ocupado por cerca de 400 homens. Constituía-se em um ponto de constante atrito entre as facções e sua posse era disputada por meio de violentos combates noturnos.
A segunda missão – o isolamento de Ciudad Nueva – foi cumprida entre 7 de junho e 3 de setembro de 1965. Nesse período, a FAIBRAS, integrando a Brigada Latino americana, operou incessantemente pontos de controle de trânsito (check-points) nos acessos de Ciudad Nueva e manteve cerrado controle do setor sob sua responsabilidade, o que a levou a se envolver em combates resultantes de ataques desencadeados pelas forças rebeldes.
Após a ocupação de Ciudad Nueva, procederam-se ações de manutenção da lei e da ordem com o objetivo de consolidar a autoridade do Governo Provisório, aceito por ambas as partes, e, com isso, permitir a normalização da vida nacional, o que culminou com a realização de eleições livres e democráticas.